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Correntes e Naufrágios

icone-klaus-viana Prêmio Klauss Vianna 2009



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Pequenas Navegações

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Veja o livro Pequenas Navegações de Paola Rettore.


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AVESTRUZ - só tenho rascunhos

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Performances e livro-objeto, abordam “relações de poder”.

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Isto foi muito importante para Rosa, pois a fez crescer macia e redonda, não um redondo pejorativo coberto de tecidos adiposos, de gorduras esquecidas, mas um redondo que lembra a terra, as curvas, as compreensões.

Ela cresceu então macia e redonda no sentido de seus movimentos, de seu olhar o mundo, de abarcá-lo, de não ter medo do abraço, de saber subir em arvores e andar de carro.

Quando o amor é incondicional a liberdade existe e nós amamos porque simplesmente amamos e assim estamos no mundo.

Rosa cresceu e começou a perceber seus sentidos, eles a ajudavam a compreender este mundo, através do olhar, do olfato, da audição, do tato, do equilíbrio, todo este conjunto a fez crescer como uma pessoa que se reconhece na natureza.

Mas aí ela pensou..... E começou a pensar e pensava e todos os dias pensava mais um pouquinho

E se perguntava sempre - Por que pensava tanto? E então tinha que pensar mais para entender porque pensava tanto.

Tornou-se um processo contínuo, um devir de pensamentos ininterruptos, aí começou também a ter necessidades de falar com ela mesma, e com o outro, pois isto ajudava sua compreensão e um maior entendimento do seu pensamento e ele, o pensamento, era acrescido de dúvidas, de porquês, de perguntas, de motivos.

Rosa percebeu também que enquanto fosse um ser vivente, que pulsa e compartilha com o universo, seu pensamento é e será um reflexo, então, ela se propôs a experimentar, trazendo seus pensamentos para ações, atitudes, exercendo em seu corpo macio e redondo o movimento.

Descobriu que seus pensamentos existiam no espaço, mas não eram visíveis e tinham muito movimento e energia. Resolveu pensar de outra maneira, pensar com o corpo macio e redondo e sentir sua repercussão no espaço do mundo. Observar que isso a incitava a procurar mais

E como diz o ditado:  Quem procura acha.

Foi exatamente isso que ela fez.

Falo de Rosa, através da palavra, mas seria realmente muito bom descreve-la nesta idade que se encontrava, continuando sempre a crescer em varias intensidades.

Rosa foi um lindo bebê, acolhido de afeto com braços, pernas, lindos pezinhos, tronco, cabeça com olhos, ouvidos, nariz, boca e lindos cachos negros no topo da cabeça.

Rosa tinha uma origem misturada de sol, areia, montanha, vento, noite, quente, neve, floresta, mato, capim e muitas risadas.

Teve espaço para chorar, arrastar, fazer suas descobertas e certamente teve as experiências de limites na fronteira do não, pois é bom lembrarmos que este mundo está enorme e cheio, e é preciso aprender a ouvir as zonas de limites para conviver todo o tempo de nossa vida porosa para a adaptação cotidiana, Rosa era assim atenta a essas prováveis possibilidades de mudança, sabendo das condições sociais e sociáveis bem delimitadas e demarcadas e que todo o tempo estamos medindo.

Vamos a Rosa!

É um só mundo, em um primeiro plano, com inúmeras cercas de contenção e proibições.

Nada Bom!

Rosa, eu confesso, que você escolheu bem seus progenitores, pois nós não precisamos de um espaço sem fim, mas de liberdade para sentirmos que o mundo nos habita também.

Voltando na idéia do pensamento, ele voa, navega e vai aonde lhe apraz e se nós soltarmos o lastro o universo infinito nos pertence, talvez por segundos, intensos segundos que podem valer uma existência!

Todo segundo, nos é vital.

Rosa chegou aos vinte anos com muita energia, se divertia com o pequeno, o grande, formigas, passarinhos, tudo que estava vivo a sua atenção fazia parte de sua paisagem, além dos sons, das cores.

Intenso e real.

Falo de Rosa, como de Maria, João e vários outros, pois o mundo está cheio, isto é fato e há muitas pessoas macias e redondas como Rosa, que tiveram também um espaço de afeto e zelo, mas é bom nos atermos a esta menina que a esta altura é uma moça, Rosa transitava nos meios do pensamento, seu estudo, e descobriu a importância de deixar o pensamento pensar.

Suas escolhas, seus namorados, seus amigos, tudo era conseqüência desta maneira de fluir na vida, mas Rosa estava viva demais, atenta e desperta para o presente, vendo e sentindo as intensidades como por um todo, sua intuição aflorava na pele, seu instinto avisava das coisas, dos eventos, era um pouco de mais ter tanta vida assim neste mundo seco.

Neste exato momento então Rosa foi dormir, um pouquinho, precisava de tempo e resolveu que passaria algum tempo dormindo como um urso.

Vamos deixar este espaço em branco, pois Rosa está a dormir.

E o mundo continua a girar, coisas terríveis acontecem todos os momentos, mas coisas maravilhosas não param de acontecer também. Rosa nasceu macia e redonda, outras nascem secas e obtusas, você já pode imaginar quando há pontas e ângulos demais, pode espetar!

Ah! O devir do universo.

O tempo passava sem parar, sem parar, inexorável, veloz, as coisas pareciam estar no mesmo lugar, mas pura ilusão, tudo vai com o tempo!

E Rosa dormia, precisava!

Às vezes precisamos desacelerar ou dormir para acompanhar os outros que estão a dormir acordados, neste caso Rosa apenas dormia para esperar um pouquinho, talvez estivesse viva, acordada, inteira demais.

Daqui a pouco Rosa despertará novamente plena de disponibilidade para desenhar e viver sua vida sempre macia e redonda

Mas uma coisa é certa,Rosa como todos os seus semelhantes sempre precisará dormir um pouquinho,pois quando as coisas ficam translúcidas e escancaradas demais, fica um pouco complicado viver entre nossos pares que escolhem viver obtusamente na vida. E é justamente por isso que a adaptação, a escolha se torna essencial e muito importante, acho que não é só Rosa que começou a acreditar nisto,por que eu que aqui conto e falo de Rosa aprendi com ela a precisão do sono, sua necessária colaboração.Dormindo entro em contato com as noticias que minha inconsciência me traz em sonhos, e assim o mundo não nomeado nutre minha existência.

Pois então imaginem Rosa redonda e macia dormindo alimenta de sonhos, acordada está inteira em vida.

Eu, particulamente, aprendo com ela, só imaginando e inventando as possibilidades de existir.

Agora!

Boa Noite Rosa!

Bom dia Rosa!

 

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